Hoje, 26 de Janeiro, em conjunto com os meus camaradas do concelho, reflectimos sobre a nossa actividade e com base na caracterização que fizemos do concelho de Mafra, caracterização resultante do nosso sentir e suportada pelos “números” constantes da minha crónica anterior, definimos as grandes linhas de orientação da nossa actividade para os próximos dois anos.
– Do crescimento demográfico e do número de residentes que trabalham no concelho podemos concluir que tem característica típicas de “dormitório”, a maioria dos trabalhadores residentes no concelho trabalham noutros concelhos;
– As empresas do concelho são de pequena dimensão, geradoras de reduzido valor acrescentado onde predominam as empresas individuais;
– A população idosa tem muito baixos rendimentos, rendimentos médios abaixo do nível de pobreza;
– O salário médio de quem trabalha no concelho é o mais baixo de toda a AML e mesmo inferior ao salário médio do país;
– O ensino está em linha com a AML, sendo sentidas carências de capacidade ao nível das creches e do ensino secundário e falta generalizada de recursos humanos;
– A “cultura” é uma actividade menor e não adaptada ao perfil populacional, vale a proximidade com os concelhos vizinhos;
– A saúde experimentou algumas melhorias, com a Câmara a substituir o Governo na melhoria das infraestruturas, mas ainda assim com carências ao nível da cobertura com médicos de família;
– A Câmara Municipal tem uma actividade assente na promoção da figura do seu presidente com eventos e parcerias que lhe permitam ficar na fotografia (algumas verdadeiras “selfies”) sobrecarregando os munícipes com impostos e taxas.
Em termos eleitorais a situação objectiva não tem tido correspondência nos resultados, em particular da CDU.
Pensamos que continuam válidos os vectores orientadores da actividade local:
São prioridades para a CDU, no sentido de reduzir o custo de viver em Mafra:
– Vencida a batalha da remunicipalização da água e saneamento impõe-se lutar pela redução do preço do fornecimento e serviço para os níveis justos, ou sejam, preços que estejam em linha com os custos de produção sem “alcavalas” que lhe são estranhas;
– A adopção da taxa mínima de IMI, ou seja 0.3%;
– Vencida a batalha da criação do passe intermodal, impõe-se a sua defesa pela exigência de serviços de transporte de qualidade adequados às necessidades dos munícipes, intermunicipais e intramunicipais.
São prioridades para o PCP, no quadro da CDU, no sentido de viver melhor em Mafra:
– O ensino publico de qualidade dando particular enfâse à dotação adequada de recursos humanos e ao aumento da capacidade de oferta no ensino público, no secundário com margem que permita a satisfação das famílias e nas creches que permitam a gratuitidade das mesmas até aos três anos de idade;
– A saúde, dando particular enfâse à existência de médico de família para todos;
– Acompanhamento dos mais idosos, nas diferentes fases do envelhecimento, garantindo que nenhum idoso fique sem assistência e satisfação das necessidades fundamentais materiais e culturais.
– A melhoria da oferta pública de actividades de cultura e lazer assim como o apoio ao seu desenvolvimento não mercantil.
Outros aspectos do quotidiano são naturalmente relevantes e merecerão sempre a nossa particular atenção. Estão aqui englobados aspectos ligados à saúde pública, como o saneamento básico, aspectos de educação alimentar como a composição das refeições servidas nos refeitórios públicos (com particular atenção aos refeitórios escolares), aspectos de comportamento face à natureza de preservação e respeito pela vida (registamos com agrado a decisão, há muito reclamada pela CDU, de não se utilizado glifosato pelas autarquias do concelho).
Rejeitamos uma política de empobrecimento de quem trabalha, assente em salários baixos, impostos injustos e redistribuição desses impostos para o enriquecimento de minorias.
A nossa acção será sempre de defesa dos interesses das populações, rejeitando a “politiquice”.
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Pode ler (aqui) outros artigos de opinião de José Martinez
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